terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Para quem estava aguardando a continuação do post passado, que tratou sobre os inúmeros benefícios de andarmos de bicicleta, aí está. Boa leitura e faça como nós: ande mais de bike e procure pedalar em locais seguros como praças ou em ciclovias.


Estacionamento de bicletas na Holanda


Pedale com confiança


Algumas pessoas se preocupam com a segurança numa bicicleta. Na verdade, pedalar é tão seguro como andar ou quanto estar dentro de um carro no caso de trajetos curtos. Ao todo, em termos de expectativa de vida, os benefícios de pedalar são mais de 20 vezes maiores que qualquer risco.

Também há mais segurança quanto maior for o número de bicicletas, ou seja, cada nova bicicleta na rua ajuda a aumentar as condições de segurança. Com mais bicicletas em circulação, você poderia esperar mais acidentes, mas, na verdade, quanto mais ciclistas houver, mais os motoristas de automóveis vão notá-los e prestar atenção, portanto aumenta a segurança. O crescimento de 83% na circulação de bicicletas nas ruas de Londres desde 2000 foi acompanhado da redução de 28% no número de ciclistas mortos e feridos.

A maneira mais adequada de melhorar a sua segurança (considerando que você já usa capacete) é pedalar com confiança. Um treinamento de algumas horas é uma boa ideia se você sentir que precisa disso.

Siga estas dicas simples e, num piscar de olhos, você será um ciclista seguro, feliz e confiante.


Posicione-se corretamente:

Pedale pelo menos a 1 metro do meio fio e dos carros estacionados. Manter-se no seu próprio espaço significa que os veículos que passam também vão lhe dar mais espaço e você vai estar muito mais seguro do que se ficar espremido numa extremidade da rua – onde há também mais possibilidades de bater e passar por buracos, o que poderia estragar seus pneus.




Fique visível:

Use cores claras e, especialmente à noite, faixas refletoras ou uma roupa que possa ser vista de longe. Certifique-se de usar faróis à noite e decore a bicicleta com faixas refletoras, incluindo as laterais. A maioria dos acidentes acontece porque os motoristas não perceberam que uma bicicleta estava se aproximando, portanto não dê justificativa para que não o vejam.


Mantenha olhos e ouvidos alertas:

A melhor defesa é perceber o perigo rapidamente, portanto fique alerta enquanto pedala e evite escutar música com fones de ouvido.


Espere o inesperado:

Os perigos podem não perseguir você, mas, antecipando-se aos problemas, conseguirá ganhar tempo para reagir e se livrar dos contratempos.

Entre os principais obstáculos que surgem estão portas de carros abertas rapidamente, pedestres no meio da rua, motoristas que não avisam quando vão virar e carros que saem da garagem. Este último fator ocorre com muita frequência, uma vez que muitas vezes os motoristas não notam os ciclistas e podem seguir adiante sem avisar.


Tome cuidado extra nos cruzamentos:

A maior parte dos acidentes com ciclistas acontece nos cruzamentos. Os caminhões que cruzam uma ciclovia ao fazer uma conversão são o principal perigo, portanto nunca fique preso, num farol, entre um veículo grande e o meio-fio. Fique à frente da fila de veículos e espere na parte central da faixa para seguir adiante.

Se você estiver ultrapassando uma fileira de carros parados que estão esperando o sinal abrir, tenha certeza que terá tempo para chegar até a frente antes que o sinal mude. Caso contrário, espere atrás de qualquer veículo e deixe-o ir primeiro.


Mantenha a calma e seja educado:

Se os motoristas não o respeitarem, pode ser que você tenha vontade de não respeitar as regras. Resista à tentação e seja sempre um bom exemplo de ciclista calmo e amigável. Capte o olhar de um motorista em um cruzamento, indique claramente a direção para a qual você vai, e ele vai respeitar o seu direito de estar na rua. Se alguém for grosseiro, simplesmente sorria. Lembre-se: provavelmente você irá chegar no seu destino antes dele!


Bons percursos:

Se você não está pronto para ser um ciclista em tempo integral, daqueles que usam a bicicleta para tudo, então comece a substituir alguns dos seus percursos por um passeio sobre as duas rodas. Esses trajetos são ideais para ciclistas que ainda não usam a bicicleta para tudo.


Para a academia:

Uma bicicleta é tão boa quanto uma academia para manter você em forma, mas muitas pessoas ainda vão fazer ginástica de carro e depois começam a pedalar na bicicleta da academia. Pare com essa loucura e vá sobre duas rodas. Você poderá reduzir o tempo que passa se exercitando e, em lugar disso, ficar mais na piscina ou na sauna.


Às compras:

Pegue uma sacola ou uma cesta e pedale para ir às lojas da vizinhança, juntando a boa forma com a oportunidade de ajudar a salvar o planeta, diminuindo o lixo e apoiando sua comunidade local. Quantas outras atividades trazem tantos benefícios de uma só vez?


Para o metrô:

Qualquer percurso de menos de 3 Km é ideal para fazer de bicicleta. Se você vai de carro porque a estação fica longe demais, levar a bicicleta no trem pode ser uma combinação perfeita.

No Brasil ainda são raros os trens e metrôs que transportam bicicletas (como os de São Paulo e agora dos de Porto Alegre), mas as bicicletas que mais se prestam para ser usadas com o transporte público são modelos compactos que podem ser dobrados.


Boas pedaladas!

Fonte: 50 formas inteligentes de preservar o planeta , 2008.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Pessoal! O post de hoje coloca o "dedo na ferida" quando o 
assunto é mobilidade urbana e traz informações bem legais sobre uma alternativa totalmente ecológica e sustentável no amplo sentido da palavra.
Bicicleta em português, Bike em inglês, Bici em espanhol, Bicicletta em italiano... Em praticamente todas as línguas existe uma pronúncia e um jeitinho todo especial de escrever a palavra bicicleta. Arriscamos em afirmar que todas as pessoas, pelo menos as que vivem nas pequenas, médias e grandes cidades conhecem, pedalam ou em algum momento da vida até já andaram  sobre duas rodas. Na França, por exemplo, as pessoas alugam bicicletas para se locomoverem dentro da cidade. Aqui no Brasil, já existem projetos "pipocando" em vários municípios para fazer desse equipamento um negócio e tanto...




A LIBERDADE SOBRE DUAS RODAS

Parte 1














Pedalar é, de longe, a maneira mais eficiente de se movimentar no que se refere à energia despendida pelo organismo. Está bem à frente da caminhada, a forma que utiliza a menor energia por quilômetro: pedalar aproveita a energia humana ecológica de maneira muito eficiente, gastando até cinco vezes menos calorias do que se fossemos andar no mesmo percurso.

De carro, o equivalente a 100 calorias de energia vai transportar você por menos de 100 metros da rua, mas, numa bicicleta, a mesma quantidade de energia vai movê-lo por cerca de 5Km. Com seus pedais, marchas e rodas simples, a bicicleta é tão inteligente que, numa pesquisa realizada há poucos anos, foi votada como a melhor invenção de todos os tempos, ganhando facilmente do computador e do motor elétrico.

As cidades que incentivam o ciclismo constatam os benefícios para seus cidadãos. Em Copenhague, um terço das pessoas vai para o trabalho de bicicleta, pois é mais rápido e fácil que o transporte público ou o carro. A cidade tem excelentes ciclovias, muitos locais para estacionar e até algumas bicicletas disponíveis mediante um pequeno depósito.

Tudo isso soa como o paraíso do ciclismo, mas, mesmo que a sua cidade não dê tanta importância para a bicicleta quanto Copenhague, transitar sobre duas rodas tem muitos pontos positivos: melhora a saúde e a boa forma e, ao mesmo tempo, faz você economizar tempo e dinheiro.

Você não precisa se tornar um ciclista ou entrar para um clube, e usar a bicicleta para ir trabalhar pode não ser adequado para você (até que sua empresa ofereça estacionamento e chuveiros). Mesmo assim, há muitos dias em que a bicicleta é de longe a melhor maneira de se locomover, e todos os percursos pedalados ajudam tanto o clima quanto sua boa forma. 





Pedale para poupar tempo

Com o trânsito em Londres, Paris, São Paulo e outras cidades se arrastando na velocidade média de uma carroça puxada por cavalo, as bicicletas são realmente a maneira mais rápida de se locomover. Quando você usa a bicicleta, passa 90% do tempo se exercitando e, como também se trata de um meio de transporte que o leva facilmente de um lugar para o outro, todas as pesquisas revelam ser a bicicleta a maneira mais rápida de fazer um percurso urbano curto. 



Os números mostram que qualquer trajeto de menos de 3Km é percorrido melhor de bicicleta e, para as distâncias de até 8Km, ela ainda pode ganhar do carro nas horas de pico.

Uma das vantagens de pedalar para ir ao trabalho é a possibilidade de prever o tempo gasto no percurso. Ao contrário dos carros e ônibus, que estão à mercê dos engarrafamentos e outros atrasos, as viagens de bicicleta levam quase o mesmo tempo, todos os dias. Isso significa que, na sua bicicleta, você não precisa reservar um tempo extra para o caso de haver problemas e pode ficar muito mais seguro de que vai chegar ao seu destino no horário.



Pedale pela saúde

Pedalar consome entre 300 a 1.000 calorias por hora, dependendo da sua velocidade e do número de subidas. É, portanto, um jeito ótimo para perder peso e ficar saudável.

Seus benefícios para a saúde foram bem estudados. A longa lista de doenças que o hábito de pedalar regularmente ajuda a evitar me surpreendeu quando fiz minha pesquisa. Ao todo, os ciclistas correm cerca de um terço a menos de risco de morte em comparação com os que não são adeptos do esporte. Além disso, têm níveis de obesidade muito menores e o preparo físico de alguém com cinco a dez anos a menos!

O hábito de pedalar regularmente diminui o risco de:

·         Doença cardíaca

·         Vários tipos de câncer

·         Diabetes

·         Níveis indesejáveis de colesterol

·         Problemas de insônia

E ajuda a promover:

·         Perda de peso

·         Boa forma e força física

·         Tolerância ao estresse

Assim, a bicicleta é um dos melhores “remédios” que temos à disposição, com poucos efeitos colaterais. Com tudo isso para ganhar, não há mais motivos para não tirar aquela bicicleta da garagem!

               

Continua no próximo post...

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Você já parou para se pensar que nos dias de hoje, apesar de contarmos com diversos recursos tecnológicos e vasto conhecimento sobre inúmeros assuntos, ainda presenciamos acontecimentos absurdos envolvendo todo o tipo de ser vivo, inclusive a humanidade? O post de hoje trata sobre valores, padrões, hábitos, consumo e atitudes de uma parcela importante da nossa sociedade, os jovens. Acompanhe. 
Boa leitura!




JUVENTUDE E OS NOVOS PADRÕES DE CONSUMO – 
AGIR LOCAL E PENSAR GLOBAL
Diogo D. Pires – Giivago B. de Oliveira – Thaís L. Cruvinel



    Vivemos em um mundo voltado para o consumo, isto é inegável, diga-se de passagem que cada vez mais os seres humanos optam por padrões de consumo que excedem as suas necessidades, chegando aos limites do planeta. Para Marx, o homem é o primeiro ser que conquistou certa liberdade de movimentos em face da natureza. Através dos instintos e das forças naturais em geral, a natureza dita aos animais o comportamento que eles devem ter para sobreviver. O homem, entretanto, graças ao seu trabalho, conseguiu dominar em parte, as forças da natureza, colocando-as a seu serviço.


     A natureza há muito tem servido a humanidade a partir dos seus recursos naturais, sejam eles provenientes da terra ou oferecidos pelos recursos hídricos, que pela mão humana passam por grandes transformações, até se tornarem algo palpável e objetivo, que em suma, acaba virando apenas um produto. Mas, até que ponto o planeta suportará este papel?

      A Agenda 21 Global, em seu capítulo 4 (MMA- Brasília), trata da mudança dos padrões de consumo apresentando como um de seus objetivos amplos: “desenvolver uma melhor compreensão do papel do consumo e da forma de se implementar padrões de consumo mais sustentáveis.”

        O crescimento do consumo é considerável entre os jovens que priorizam o sentido do “Ter” em detrimento do “Ser”. Para que sejam incluídos em seus círculos de amizade é cada vez mais constante a necessidade entre eles de ter ou pelo menos aparentar ter aquilo que todos por sua vez já estão usando. Seja uma roupa da moda, um celular novo, comer no novo fast-food da cidade, seguir um estilo musical que não o agrada, mas que por sua vez está “bombando” no momento, ou mesmo gastar com coisas que estão fora da sua realidade.

      Nestes círculos sociais em que a juventude está inserida, a mesma é incitada a adquirir sempre produtos expostos através da mídia e que estão na moda. Muitos deixam de expressar suas vontades e anseios através da personalidade própria, simplesmente pelo fato de que, se não se adequarem ao que os outros estão exigindo, provavelmente serão taxados e excluídos dos grupos sociais que frequentam. 





Surge, neste sentido, a importância de construir novos padrões de consumo, que respeitem o ambiente que nos cerca e promovam a partir disto, mudanças de atitudes e de hábitos que agridem o planeta. Adotar práticas de consumo sustentável é uma questão de sobrevivência.

         Segundo a YouthXChange, em seu Manual de Educación para un consumo sostenible, a idéia de consumo sustentável se refere ao conjunto de ações que tratam de encontrar soluções viáveis aos desequilíbrios – sociais e ambientais – por meio de uma conduta mais responsável por parte de todos. O consumo sustentável relaciona-se, portanto, com a produção e distribuição, o uso e a eliminação de produtos e serviços proporcionando meios de repensar seus ciclos de vida.



Tudo aquilo que produzimos, administramos ou consumimos, agride diretamente o planeta de uma forma ou de outra. Como podemos mitigar estes impactos ambientais? Talvez não haja respostas imediatas, mas com certeza já existem muitas estratégias interessantes para enfrentar esta problemática. Muitas delas têm sido aplicadas pelos movimentos de juventude e meio ambiente, como os Coletivos Jovens de Meio Ambiente e a Rede da Juventude pelo Meio Ambiente e Sustentabilidade. Esses movimentos baseiam suas ações na Educação Ambiental informal, centrando suas ações na sensibilização que possibilita a transformação individual e coletiva.


 
De grandes ações a pequenas atitudes, muitos podem ser sensibilizados. É o que nos apontam diversos projetos e experiências planejadas e realizadas por jovens, para jovens e com jovens. Entre eles:


        a) A produção, divulgação e disseminação de vídeos socioambientais que abordam a questão do consumo sustentável, que direta ou indiretamente podem surtir grandes transformações.


Uma dica é assistir ao spot de vídeo, da Rede de Juventude pelo Meio Ambiente e Sustentabilidade, que pode ser acessado pelo seu portal: www.rejuma.org.br.


 


         b) A realização de pequenos e grandes eventos, rodas de conversa, bate-papos, oficinas, ou qualquer que seja o modo de se encontrar, mas que busquem sempre a reflexão e o debate de ideias, que pautem novos modos e estratégias para mitigar os impactos ambientais e sociais, envolvidos na questão do consumo. Um exemplo foi a realização da Oficina de Consumo Sustentável no II Encontro dos Coletivos Jovens do Nordeste, durante o II Encontro Nordestino de Educação Ambiental (2007), em Maceió-AL, ou a realização do Encontro Nacional: Os Olhares da Juventude sobre o Tratado de Educação Ambiental (2008), em Pirenópolis-GO. Os encontros regionais de Juventude e Meio Ambiente (como o Encontro Amazônico, o Encontro dos CJs do Centro Oeste e os Encontros Estaduais de Juventude e Meio Ambiente – EEJMA, que em Goiás por exemplo, já aconteceram quatro vezes, resultando no texto-base do Programa Estadual de Juventude e Meio Ambiente que será rediscutido no V EEJMA-GO em 2010) envolvem uma juventude de imensurável participação política, socioambiental, ativista, que tem ideias, conceitos, modos de conduta alternativos, e se encontram nesses eventos com um único propósito de aprender, trocar experiências e conhecer novos modelos de atuação, tudo em torno de causas ambientais.


c) A organização de Comissões de Meio Ambiente e Qualidade de Vida nas Escolas, as Com-Vidas, a partir de uma metodologia transformadora, que incentiva e auxilia na construção das Agendas 21 nas Escolas e promove ações que sintonizam a escola em torno de práticas ambientais. Dentre estas práticas, podemos citar a Horta Comunitária, como ferramenta ecopedagógica que prioriza alimentos orgânicos e saudáveis e ajuda no orçamento da escola ao produzir seus alimentos, incentivando o consumo consciente e sustentável.

d) A realização de campanhas que incentivem a redução do consumo. Um exemplo é a campanha Pró-Caneca, realizada pelo Coletivo Jovem de Meio Ambiente de Goiás, que incentiva o uso de canecas duráveis ao invés dos copos descartáveis, pois, um dos maiores problemas enfrentados pela Gestão Pública, são as destinações dos resíduos sólidos, principalmente os resíduos considerados não degradáveis, como é o caso dos copos descartáveis. A utilização das canecas exerce um importante papel educativo na sociedade, estimulando cada indivíduo a incorporar a idéia de redução do consumo e do desperdício. 
Inserir a temática do consumo sustentável na pauta da juventude é pôr em prática a conhecida máxima ambientalista Agir Local e Pensar Global. Isto mais do que nunca precisa ser reforçado e assumindo por pessoas desta geração.

É chegada a hora de agir e de promover grandes círculos de transformação da humanidade, a partir das ações e das redes de experiências que permitem a construção de novas metodologias e práticas que busquem a sustentabilidade e um consumo verdadeiramente consciente e sustentável.




Referências Bibliográficas:


UNESCO-UNEP. YouthXChange.  Manual de educación para um consumo sostenible. 2002.
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. 1992: Rio de Janeiro.